quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A bolha imobiliária chinesa finalmente está estourando

Por Instituto Mises Brasil,

Ouviu esse barulho?  Trata-se daquele som familiar de mais uma bolha gerada pela expansão monetária de um banco central estourando.

Após anos de especulação, parece que toda a agressiva expansão monetária engendrada pelo Banco Central da China finalmente está apresentando a conta para aquele país outrora comunista.  Como explicou Mises em sua famosa passagem em Ação Humana (cap. XX, sec. 8):
Não há meio de evitar o colapso final de um boom provocado pela expansão de crédito.  A única alternativa é entre uma crise que virá mais cedo, provocada pela decisão voluntária de não se expandir mais o crédito, ou mais tarde, em decorrência de uma total e decisiva catástrofe de todo o sistema monetário.
No jornal britânico The Telegraph, o experiente jornalista Ambrose Evans-Pritchard escreve:
É difícil obter dados confiáveis sobre a China, mas sabemos que algo está definitivamente errado quando o Homelink, um website sobre imóveis daquele país, obtém a permissão de noticiar que os preços dos imóveis novos em Pequim caíram 35% em novembro em relação ao mês anterior.  Se tal informação for verdadeira, ainda que remotamente, então aquele pouso suave almejado pelas autoridades chinesas foi extremamente mal calculado, e corre o risco de ficar fora de controle.
A taxa de crescimento anual do agregado monetário M2 caiu para 12,7% em novembro, o valor mais baixo em 10 anos.  A concessão de novos empréstimos encolheu 5% em termos mensais.  O banco central começou a reverter sua política de aperto monetário agora que a inflação de preços começou a arrefecer, reduzindo a taxa do compulsório pela primeira vez desde 2008 com o intuito de atenuar a contração da liquidez.
Na bolsa, as ações chinesas estão piscando vários sinais de alerta.  O índice de Xangai já caiu 30% desde maio.  Em relação ao pico de 2008, a queda já é de 60%, quase o mesmo tanto, em termos reais, da queda ocorrida em Wall Street de 1929 a 1933.
Com várias manifestações desencadeadas pelos seguidos aumentos nos preços dos alimentos, a China está entre a cruz e a espada, tentando encontrar por meio de mais impressão de dinheiro uma saída para o desastre monetário que criou para si própria.  A queda brusca na taxa de crescimento do agregado monetário M2 é um claro sinal de que uma forte desaceleração econômica está por vir.  Em julho de 2008, a taxa de crescimento do M2 nos EUA literalmente despencou.  Todos sabemos o que aconteceu dois meses depois.  Para uma economia impulsionada por uma maciça expansão do crédito, o mais mínimo solavanco no fluxo de criação de dinheiro pode gerar desastrosas consequências.

Após passar todo o ano elevando a taxa do compulsório, no vão esforço de tentar restringir a inflação de preços, o banco central chinês voltou a reduzir o compulsório há duas semanas, pela primeira vez em quase três anos; foi um claro sinal de que as autoridades monetárias chinesas estão lutando para tentar controlar a sua fatigada economia.  Mas o planejamento central nunca funciona, obviamente.  Ele consegue apenas criar mais distorções no mercado à medida que os burocratas tentam comandar e coordenar as ações individuais de milhões de pessoas — no caso da China, de mais de um bilhão. 

Para constatar os explícitos exemplos de investimentos insustentáveis gerados pela expansão artificial do crédito na China, basta olhar para os relatos sobre os mais de 60 milhões de apartamentos vagos, as cidades fantasmas e os parques de diversões abandonados.

A China está a caminho de pouso brusco graças a mais um caso de ciclo econômico de expansão e contração criado pela política monetária de crédito fácil de seu banco central.  Para aqueles que entendem as nuanças da Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, isso era algo já esperado.  E é só agora que os 'especialistas' estão finalmente se dando conta do que está acontecendo.  E estão surpresos.
 

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