O alto custo da construção dos 12 estádios a serem utilizados na Copa
do Mundo de 2014 é um dos principais alvos de reclamação dos protestos
que tomam conta do Brasil nos últimos dias. Também pudera: mais de R$
8,5 bilhões deverão ser gastos apenas nas obras das arenas. E todo esse
dinheiro vem através do investimento público.
A previsão inicial
do gastos com o erguimento/reforma de todos os 12 estádios juntos era de
aproximadamente R$ 5,1 bilhões. Só que, no momento, já que há seis
ainda a serem concluídos, o valor já saltou para cerca de R$ 7,3 bilhões
- um aumento de 43%. Além disso, há de se levar em conta os outros
milhões que precisarão ser pagos em prestações aos consórcios, pela
utilização de alguns dos palcos, como a Fonte Nova. Esse montante também
entra na conta ao final.
A maior parte do investimento público ocorre através do financiamento do
Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), acima dos R$ 3,6 bilhões.
Além disso são mais de R$ 3,3 bilhões de outros bancos, como a Caixa
Econômica Federal, e as prestações citadas acima. Os governos estaduais
entram com pouco mais de R$ 1,1 bilhão e as prefeituras com R$ 466
milhões. A contribuição do setor privado para as construções foi bem
menor: em torno de R$ 329,4 milhões. Algo distante da Copa "100%
privada" criada pelo ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
De acordo com as últimas informações do Ministério do Esporte, os
gastos com a Copa do Mundo (inclunido aí estádios, mobilidade urbana,
aeroportos etc) passaram de cerca de R$ 28 milhões. Para comparação:
conforme publicado em abril no Diário Oficial, o Orçamento da União para
2013 prevê o destino de R$ 99,8 bilhões para o Ministério da Saúde e
outros R$ 81,1 bilhões para a Educação.
Transparência vira confusão
Uma
das principais promessas do governo federal quando se confirmou o
Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 foi de que os gastos públicos
teriam total transparência e de que a população poderia, inclusive,
acompanhar os relatórios em tempo real. No entanto, as atualizações não
têm sido frequentes e as fontes são confusas e muitas vezes
contraditórias. É o que ressalta o fundador e secretário geral da ONG
Contas Abertas, Gil Castelo Branco.
– Existe uma enorme quantidade
de portais dos estados e da União, mas muitas vezes estão com
informações conflitantes e contraditórias. A maioria deles está
desatualizada – explicou.
Mané Garrincha no top 5 mais caros
O
Mané Garrincha, em Brasília, é o estádio mais caro entre os construídos
para a Copa-2014 e um dos mais caros na história das Copas do Mundo. Um
estudo da ONG Play the Game mede o custo dos empreendimentos em preço
por assento. A arena brasileira, com valor final estimado em R$ 1,2
bilhão, custaria, portanto, aproximadamente R$ 16,8 mil/assento.
O
Sapporo Dome, no Japão, lidera o ranking, com custo de R$ 21,8
mil/assento. O Cape Town Stadium, na África do Sul, é o segundo, com R$
21,2 mil/assento. O terceiro é o Nissan Stadium, também no Japão, com
R$ 18,7 mil/assento, seguido pelo Mané Garrincha.
Os dois
estádios japoneses são lucrativos, e, além de jogos de futebol, chegam a
receber mais de 70 partidas de beisebol em uma só temporada. Já a arena
sul-africana é problemática: média de 4 mil pessoas, em um estádio com
capacidade para 55 mil, e prejuízos anuais acima de R$ 10 milhões. Com
média de público inferior a mil pagantes no Estadual, o Mané Garrincha
requer alternativas para não ter destino igual. Como, por exemplo,
receber jogos de times de outros estados.
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