quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Espetáculo do crescimento petista: crescer mais que o Haiti na América Latina e não mais que EUA e Europa em crise



O Brasil não resistiu às intervenções do Banco Central na economia para controlar a inflação e parou. A combinação de juros em alta (de 10,75% para 12,50% ao ano) e arrocho no crédito — receita potencializada pela crise na Europa — levou o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, a registrar estagnação no terceiro trimestre ante os três meses imediatamente anteriores, depois de mais de dois anos de crescimento contínuo. Foi o pior resultado desde o início de 2009, quando o mundo se debatia para sair do atoleiro no qual se meteu com o estouro da bolha imobiliária norte-americana.

A variação zero do indicador de atividade provocou desconforto no Palácio do Planalto, ainda que já fosse uma certeza. A razão é simples: dificilmente o PIB deste ano ficará acima de 3%. Ou seja, será menos da metade dos 7,5% de 2010 entregues a Dilma Rousseff por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Mas não é só. O governo foi obrigado a engolir comparações nada reconfortantes. A taxa zero de crescimento entre o segundo e o terceiro trimestre foi menor do que a computada no mesmo período pela combalida União Europeia, que teve expansão de 0,2%; pelos Estados Unidos, com avanço de 0,5%; e pelo Japão, que foi destruído por um terremoto seguido de tsunami e de desastre nuclear, com salto de 1,5%. O Brasil ficou no mesmo patamar da fragilizada Espanha, dona da maior taxa de desemprego da Europa, de 22%, e só conseguiu superar a Holanda, que levou um tombo de 0,3%, segundo ranking divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Mesmo na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2010, o PIB brasileiro, com aumento de 2,1%, desapontou e perdeu para os das nações que integram o Brics. A China avançou 9,1%; a Índia; 6,9%; a Rússia, 4,8%, e a África do Sul, 3,1%. "Praticamente, todos os setores que compõem o PIB do Brasil apontaram queda, um claro sinal de esfriamento da economia" disse Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora. A indústria recuou 0,9% em relação ao segundo trimestre. Os investimentos encolheram 0,2%. Mesmo os dois principais motores do país, o consumo das famílias e o setor de serviços, ratearam, com quedas de 0,1% e de 0,3%, respectivamente. A salvação ficou por conta da Agricultura, que cresceu 3,2%.

Para Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, os efeitos das medidas macroprudenciais adotadas pelo BC e da alta dos juros foram nocivos, sobretudo, para os investimentos, para a indústria e para o consumo das famílias, esse último, ainda atrapalhado pela intensa inflação, que, segundo as expectativas do mercado, deve fechar o ano próximo do teto da meta definida pelo governo, de 6,5%. Não à toa, ressaltou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, para onde quer que se olhe, o PIB do terceiro trimestre foi ruim. Ele lembrou que o resultado só foi nulo porque o IBGE não divulgou as outras casas decimais do Produto. "Caso fossem usadas duas casas, o PIB seria negativo em 0,04%", garantiu Leal. O resultado também foi ajudado pelo setor externo. Como as exportações no trimestre superaram as importações — ao contrário dos períodos anteriores —, a diferença adicionou 0,26 ponto percentual no PIB. 


Comentários do blogueiro:

E o governo já achou sua solução: liberar mais crédito para o povão gastar e gastar descontroladamente nos cartões, para pagar sabe-se lá quando e como para manter a roda da economia aquecida e girando.

Mas o detalhe é que o Brasil é o único país do mundo onde o governo incentiva a população a gastar mais. Se amanhã vem uma onda de desemprego (não surpreenderia tendo em vista a desisdustrialização do país), como as pessoas vão pagar isso? Não vão, vão dar calote...

Consequências possíveis:

Ter de mexer na taxa de juros, o que repercutirá na inflação ano que vem. Ou a tchurminha da economia mexe na taxa de juros e retoma a puderosa trajetória taxa de crescimento maior que o Haiti, com a penitência de ressuscitar a inflação.

A exorbitante dívida interna, maior que a da Itália, vai crescer. Destino semelhante a Portugal, Espanha e Grécia, com seus anos de Estado-mãezona chegarão na terra brasilis. É aguardar para ver.

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