sábado, 10 de dezembro de 2011

As raízes comunistas do politicamente correto

Retirado de João Carlos Zamboni,


O politicamente correto é uma AIDS intelectual. Tudo que ele toca adoece e eventualmente morre. Nos campi das universidades americanas ele diminuiu a liberdade de expressão, deformou os currículos, politizou as notas e substituiu a integridade intelectual por uma propaganda enfadonha. De uma sala de aula a outra, os professores oferecem diatribes ideológicas que os estudantes são obrigados a regurgitar para conseguir nota: o vômito retorna ao cachorro. Esses lugares – e são muitos – não são mais universidades, mas pequenas Coréias do Norte cobertas de hera.

Mas o que vem mesmo a ser o politicamente correto? As pessoas “politicamente corretas” no seu campus não gostariam de jeito nenhum que você soubesse a resposta a essa pergunta. Por quê? Porque o politicamente correto nada mais é que marxismo traduzido de termos econômicos a culturais.

Os paralelos são óbvios. Em primeiro lugar, tanto o marxismo econômico como o cultural, que é o politicamente correto, são ideologias totalitárias. Ambos insistem em “verdades” que são contrárias à experiência e à natureza humana. Ao contrário do que acredita o marxismo econômico, não existe isso de “sociedade sem classes”, e os incentivos econômicos são importantes. Ao contrário do que prega o politicamente correto, o homem e a mulher são diferentes, como o são seus papéis naturais na sociedade; as raças e os grupos étnicos têm características específicas; e o homossexualismo é anormal. Como a única maneira de as pessoas aceitarem as “verdades” dos ideólogos é por meio da força, elas serão forçadas – pelo poder total do estado, se marxistas de qualquer dos dois tipos puderem controlá-lo.

O segundo paralelo é que ambos os marxismos, o clássico e o cultural, têm explicações de fator único para a história. Enquanto o marxismo clássico defende que toda a história foi determinada pela propriedade dos meios de produção, os marxistas culturais do politicamente correto dizem que a história se explica segundo o poder que alguns grupos – definidos por sexo, raça e normalidade ou anormalidade sexual – exercem sobre outros.

O terceiro paralelo é que ambas as variedades de marxismo declaram certos grupos virtuosos e outros maus a priori, sem considerar o comportamento real dos indivíduos. Assim é que o marxismo econômico definiu trabalhadores e camponeses como bons e a classe média como má, enquanto o marxismo cultural define negros, hispânicos, mulheres feministas, homossexuais e algumas outras minorias como virtuosos e os homens brancos como maus. O politicamente correto não reconhece a existência de mulheres não-feministas e define negros que rejeitam sua ideologia como brancos.

O quarto paralelo está nos meios: a expropriação. Os marxistas econômicos expropriaram a propriedade das classes média e alta e deram-na ao estado. Os marxistas culturais, nos campi e no governo, apenam os homens brancos e privilegiam os grupos que favorecem. A ação afirmativa é um exemplo desse tipo de expropriação.

Por fim, ambos os tipos de marxismo empregam um método de análise que garante mostrar a justiça de sua ideologia em qualquer situação. Para os marxistas clássicos, o método é a economia marxista. Para os marxistas culturais, o método é lingüístico: a desconstrução. A desconstrução primeiro remove todo significado dos “textos” e então insere um novo: seja do jeito que for, o texto vai ilustrar a opressão de mulheres, negros, homossexuais etc pelo homem branco e pela cultura ocidental. O significado pretendido pelo autor é irrelevante.

Esses paralelos não são coincidências. Existem porque o marxismo cultural do politicamente correto deriva de fato do marxismo clássico e econômico, em grande parte através do trabalho da Escola de Frankfurt. Após a Segunda Guerra Mundial, os marxistas europeus enfrentaram uma questão difícil: por que o proletariado de toda a Europa não se sublevou em revolução e estabeleceu uma nova ordem marxista, como sua ideologia profetizava? Dois pensadores marxistas proeminentes, Antonio Gramsci na Itália e Georg Lukacs na Hungria, apareceram com a resposta: a cultura ocidental. A cultura ocidental tanto cegou os trabalhadores para seus verdadeiros interesses de classe que não puderam agir de acordo com eles. Assim, antes que o socialismo pudesse chegar ao poder, a cultura ocidental tinha que ser destruída. Em 1919, Lukacs colocou a questão, “Quem nos salvará da cultura ocidental?” Nesse mesmo ano, como subcomissário para a cultura no governo bolchevique húngaro de Bela Kun, a primeira coisa que fez foi introduzir a educação sexual nas escolas de seu país.

Em 1923, Lukacs e alguns intelectuais marxistas alemães fundaram um grupo de reflexão destinado a traduzir o marxismo de termos econômicos para culturais, o Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt. O instituto rapidamente se tornou conhecido como a Escola de Frankfurt. Em 1933, quando os nacional-socialistas chegaram ao poder na Alemanha, a Escola de Frankfurt mudou-se para a cidade de Nova York.

Ali, suas figuras principais – Theodor Adorno, Erich Fromm e Wilhelm Reich – desenvolveram a “teoria crítica”, uma mistura de Marx com Freud que rotulou os principais componentes da cultura ocidental como “preconceito”, i.e, doença psicológica. Os “teóricos críticos” defendem que para acabar com o “preconceito”, o cristianismo, o capitalismo e a família patriarcal tradicional devem todos ser destruídos.

A conexão entre a Escola de Frankfurt e a rebelião estudantil dos anos 60 foi feita principalmente por um de seus elementos mais destacados, Herbert Marcuse – o homem que nos anos 60 cunhou a frase “Faça amor, não faça guerra”. O livro de Marcuse “Eros e Civilização” defendia que as ferramentas com as quais se deveria destruir a civilização ocidental eram o sexo, as drogas e o rock’n roll. Ele popularizou as idéias da Escola de Frankfurt de um modo que os estudantes radicais dos anos 60 podiam entender e absorver, e hoje conhecemos seu trabalho como o politicamente correto.

Este é, portanto, o segredinho sujo do politicamente correto: é marxismo, marxismo traduzido da economia para a cultura. Sabemos o que o marxismo econômico fez na União Soviética. Vamos permitir que o marxismo cultural faça o mesmo nos Estados Unidos?

 Em William Lind. PC Marxist Roots Unearthed. Tirado do blog Spem in altum [http://speminaliumnunquam.blogspot.com/], sem referência ao tradutor.

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